Uma nova forma de realizar transações bancárias está se tornando realidade e ela atende pelo nome de wearables. O dispositivo funciona como um acessório, mas que contém tecnologia digital.
Só no ano passado, de acordo com informações de Mohit Joshi, presidente da empresa Infosys, o lucro líquido deste segmento foi de US$ 8,3 bilhões. Já entre 2013 e 2018, o setor teve mais de 17% de indicativo de crescimento anual composta (CAGR).
Moshi ressalta que em sua empresa eles solicitam a opinião dos clientes para identificarem a melhor maneira de implantar não só o wearable, mas também tecnologias similares. Ele ressalta que o aumento do segmento é real e que atingiu 31,4% no fim de 2018. Para o CEO o sistema pode revolucionar o setor bancário nos próximos anos.
Um novo mercado para instituições financeiras
A palavra ‘wearable’ diz respeito a dispositivos que possuem tecnologia digital. Eles são instalados em acessórios, como em um relógio, por exemplo. Todavia, estes itens são uma espécie de subconjunto da divisão de IoT (Internet das Coisas, da sigla inglesa para Internet of Things).
A cada segundo, 127 novos dispositivos IoT se uniram à rede, a partir de 2017. De acordo com o portal de notícias “Business Insider”, até 2025 deve haver mais de 64 bilhões de dispositivos IoT no mundo todo. Pois, há um grande potencial de mercado da Internet das Coisas.
Muitas oportunidades podem ser geradas
Os wearables já são responsáveis por possibilitar ações práticas, como realizar pagamentos. Mas não é só isso. Com os acessórios em punho, os usuários também poderão desempenhar outras funções, como:
Pagamentos por aproximação: com o sistema de comunicação de capo próximo (near communication – NFC) possibilitará aos consumidores fazer pagamentos desta forma. É só aproximar o smartwatch (relógio inteligente) de um equipamento que contenha a tecnologia NFC. Com isso, a pessoa poderá pagar seu café ou qualquer outro item utilizando o seu wearable. Espera-se que no ano que vem 20% das transações de pagamentos utilizem este serviço e que atinja os US$ 500 bilhões.
Segundo uma estimativa, as transações com wearable incluirão aproximadamente 20% de todas as transações móveis até 2020, com volumes totais de transações de mais de US$ 500 bilhões.
Alertas e notificações: por meio dos relógios inteligentes, os bancos poderão autorizar acesso confiável a seus clientes. Além disso, ainda poderão receber notificações e alertas, que inclui declarações mensais e até a permissão para uso de cheque especial. Com a tecnologia, as instituições financeiras podem aperfeiçoar procedimentos antifraude. Isso reduz o efeito de bloqueio imediato. Em vez disso, o banco pode entrar em contato com o cliente imediatamente caso identifique uma transação suspeita.
Transações bancárias: os clientes poderão tirar dúvidas antes de realizar transações bancárias na hora em que desejarem e de qualquer lugar.
Geolocalização: os dispositivos inteligentes ainda podem ser rastreados geograficamente. Essa função permite que os bancos utilizem ações mais efetivas, como ajudar o cliente a encontrar um caixa eletrônico mais próximo. Além disso, as instituições financeiras poderiam fazer acordos com redes de varejo para oferecer a tecnologia no envio de mensagens de marketing a seu público-alvo.
Próximos passos
Apesar das facilidades dos wearables, ao mesmo tempo, seus desenvolvedores terão que provar ao mercado que eles podem ir além do que serviços já contidos em um smartphone, por exemplo. Terão que mostrar por que eles são ainda melhores que os celulares.
Sobre este assunto, perguntas devem ser feitas pelos bancos para identificarem como esta tecnologia pode realmente ser muito útil a eles.
As instituições devem se questionar quanto aos recursos oferecidos pelo dispositivo. Ele precisa ter um bom custo-benefício, além de oferecer exatamente ou ainda mais o que o consumidor espera deste produto.
Também é importante como vai funcionar esta interface. Sobre isso, as interfaces de usuário de voz (voice user interfaces – VUIs) lideram o ranking de facilidades. Pois, não é necessário que o cliente digite o que precisa.
E será que é possível aprimorar as funcionalidades já existentes? Ou as instituições financeiras deverão usar os recursos de um chatbot?
Uma das questões mais importantes gira em torno da segurança. As pessoas poderão utilizar o acessório em público sem correrem riscos? Portanto, é imprescindível que os bancos disponibilizem a seus usuários um código PIN e que os detalhes das contas sejam criptografados. Fora isso, é essencial que em caso de perda do relógio inteligente tenha função que apague remotamente todas as informações do wearable.
Conclusão
O uso do wearable encontra-se em fase inicial. Portanto, os bancos que oferecerem o serviço podem levar vantagem lá na frente. Mas, para isso acontecer, ele tem que funcionar bem, ser seguro e de fácil manuseio. Pode ser que daqui um tempo, o uso desta tecnologia pode atingir toda a indústria.
Fonte: Forbes – UOL
*Foto: Divulgação