Selic pode voltar a subir com a alta do dólar

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Caso se confirme, a taxa Selic pode voltar a subir antes do previsto, em decorrência da alta do dólar visto nos últimos dias

Com a alta do dólar vista recentemente nos últimos dias, alcançando valores recordes, o mercado tem passado a se preocupar mais com o risco de os juros subirem novamente antes do previsto.

Na última terça-feira (26), a moeda norte-americana encerrou o dia em R$ 4,2398 na venda, ou seja, uma alta de 0,59% e mais de 2 centavos acima da máxima anterior, registrada na véspera (dia 25).

Como fica a taxa Selic diante da alta do dólar

Com isso, a curva da taxa DI já apresenta uma Selic média de 5,3% no último trimestre de 2020, considerado acima do patamar atual em 5% e ainda de 80 pontos-base acima do nível de 4,50% estimado pelo mercado para o final deste ano e de 2020. Sendo assim, a curva passa a embutir altas de juros já no começo do ano que vem.

Na terça também foi divulgado que o DI janeiro 2021 chegou a bater 12 pontos-base. Esse contrato acaba por refletir nas estimativas do mercado para o rumo que a Selic vai tomar de hoje até o final de 2020.

Uma medida de risco pode surgir em decorrência da inclinação entre os DIs janeiro 2020 e janeiro 2021, pois haveria um salto a 1,84 ponto percentual, que ficaria distante da marca de 1,50 ponto do início de novembro.

Mercado de ações

O risco de altas de juros pressionou também o mercado de ações, já que ele se beneficia de tarifas mais baixas na renda fixa. Na terça, o Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,16% (de acordo com dados preliminares), sendo pouco acima dos 107 mil pontos, ficando distante de Wall Street, que marcou novos recordes históricos nesta data.

Sobre isso, Ivo Chermont, sócio e economista-chefe da empresa Quantitas, disse justamente em um período em que os sinais de retomada econômica ainda não são evidentes:

“Avisa ao Paulo Guedes que se continuar falando… não temos que nos acostumar com dólar alto só não, mas com juros também.”

O economista se referiu a um dos supostos motivos da alta do dólar americano na última terça, que se tratava de uma declaração de Paulo Guedes, ministro da Economia, em uma entrevista coletiva na embaixada brasileira em Washington (EUA):

“Quando você tem um fiscal mais forte e um juro mais baixo, o câmbio de equilíbrio também ele é mais alto.”

Interpretação do mercado para a alta do dólar

Com toda esta movimentação dos últimos dias, a interpretação do mercado financeiro foi a seguinte: não é um problema o dólar subir. Na visão de especialistas, a sensação de que a moeda americana estar acima de R$ 4,20 não incomoda, e os players ainda viram um local para reforçar as compras. E foi isso que empurrou automaticamente a cotação que ultrapassou a máxima histórica anterior, que foi de R$ 4,2482 na cotação de compra.

Fonte: revista EXAME

*Foto: Divulgação / Gif

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