Com restauração de propriedades rurais, que inclui cobertura vegetal e agricultura sustentável, isso tudo também influencia na regulação da vazão da água, diminuição de custos de tratamento e melhoria da qualidade hídrica da baía de guanabara
Desde o mês passado e que avança para dezembro, uma iniciativa que envolve produtores rurais poderá ser capaz de adotar práticas agropecuárias sustentáveis em locais da Bacia Guapi-Macacu, bem no recôncavo da Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro.
Baía de Guanabara
O objetivo desta ação que pode beneficiar Guanabara inclui garantir a segurança hídrica por meio de soluções focadas na natureza. Para isso, tem que ser levado em consideração a vocação agropecuária da bacia, sua crescente demanda pela água, além da relevância da área para a prática de conservação da biodiversidade e para a prevenção de inundações.
Nesta região está concentrada o principal manancial de abastecimento público da porção leste da Região Metropolitana do Rio, que atende em torno de dois milhões de pessoas.
Tudo isso e ainda vinculada à falta de cobertura vegetal, baixa disseminação de boas práticas e sistemas produtivos sustentáveis neste perímetro, impactam em baixa produtividade e renda nas propriedades rurais.
Estruturação
A iniciativa que engloba a Baía de Guanabara possui plano de estruturação de unidades executoras locais para viabilizar as atividades de mobilização, assistência técnica e capacitação de proprietários rurais, para que estes adotem as cadeias produtivas sustentáveis. Isso significa adotar sistemas agroflorestais, silvipastoris e sistemas em transição agroecológica, de produção orgânica e de base agroecológica. Ao menos 13 instituições já estão envolvidas no projeto, entre elas, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Embrapa.
Sobre isso, a gerente de Gestão de Território e Informações Geoespaciais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marie Ikemoto, declarou:
“A cobertura florestal é extremamente importante para a regularização da água, principalmente nesta bacia, que tem sido muito impactada por eventos extremos, como a estiagem. A floresta é importante porque ela contribui para aumentar a infiltração de água no solo e, com isso, garantir que tenha maior vazão nesses períodos. Ela é fundamental para assegurar a provisão de água e amenizar os impactos das épocas com menos chuvas, além de diminuir processos de erosão e assoreamento dos rios, garantindo melhor qualidade da água.”
Inovações laboratoriais
O projeto integra um conjunto de iniciativas desenvolvidas no decorrer de 2019, no laboratório de inovação Oásis Lab Baía de Guanabara, proposta da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Quase 100 participantes de 50 instituições, companhias, indústrias, ONGs e órgãos públicos atuam neste laboratório, na intenção de fortalecer a segurança hídrica e a resiliência costeiro-marinha na região hidrográfica da Guanabara.
Para integrarem o projeto, os participantes foram mapeados, engajados, capacitados e ainda cocriaram soluções e agendas associadas com a meta de assim viabilizarem iniciativas inovadoras desenvolvidas em conjunto.
Por fim, o analista de Soluções baseadas na Natureza da Fundação Grupo Boticário, Thiago Valente, afirmou:
“Sabemos que muitas pessoas e empresas dependem diretamente da Baía de Guanabara para a provisão de água, regulação climática, cadeia da pesca, produção agrícola e turismo. Neste cenário, reunimos atores públicos e privados com experiência e conhecimento em um laboratório de inovação para criar novas ferramentas para restaurar a baía torná-la uma região que aproveita o seu potencial econômico, social e de bem-estar.”
Fonte: site Ciclo Vivo
*Foto: Divulgação / Athila Bertoncini