O Banco Central reduziu para 0,8% a projeção de aumento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2019. A alíquota segue o mercado que apresentou no mês de março um desenvolvimento de 2,0%.
A autoridade monetária realizou a alteração baseada nos indicativos do primeiro trimestre, além de não ter havido uma recuperação da economia até o presente momento. O relatório foi divulgado na quinta-feira da semana passada (27).
Empresas e consumidores
Além disso, o BC verificou que a economia ainda não apresentou grandes perspectivas em relação ao consumo e investimento de empresas. Ou seja, ambas não enxergam com confiança o atual cenário econômico do país, onde é constatada uma ociosidade em termos de produção.
De acordo com o mercado, o panorama da economia esta sendo considerado abaixo do ideal. Portanto, o Banco Central acabou seguindo esta projeção e também reduziu sua taxa em relação do PIB.
A última pesquisa Focus, realizada pela autoridade monetária e economistas, indica um desenvolvimento de 0,87% ao ano.
Expectativas
No entanto, a esperança do BC em relação à indústria foi diminuída para 0,2% ante 1,8% em seu último indicativo. Isso reflete um recuo nas probabilidades de crescimento para todas as fatias do setor. Porém, não aparecem nesta lista os nichos de produção e distribuição de água, eletricidade e gás.
Já o setor de serviços também foi prejudicado, apresentando apenas um crescimento de 1,0% ante 2,0% registrado em março. Em contrapartida, a agropecuária manteve-se produtiva, com ampliação para este ano. O último percentual foi de 1,0% e o atual é de 1,1%.
Todavia, as famílias terão baixas em seu consumo. De acordo com o BC, este indicativo será de 1,4% ao ano sobre 2,2% no estudo anterior.
Além disso, o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) caiu de 4,3% para 2,9%. Em relação ao consumo do governo, foi verificado que o desenvolvimento deve ser de 0,3% ante 0,6% divulgado em março.
Contudo, o BC já havia divulgado na semana passada que o cenário econômico do país poderia chegar próximo de uma estabilidade durante o segundo trimestre. Mas não se pode deixar de notar que isso tudo acaba por cessar o processo de crescimento. E que esta decorrência está atrelada ao fato de alteração no dinamismo da atividade verificada no mesmo período do ano passado.
Reflexo da Política Monetária
Já a projeção em relação à inflação foi mantida pelo BC, de acordo com o relatório que se baseou na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
No setor de câmbio e juros vistos pelo mercado, a inflação poderá ser de 3,6% neste ano e de 3,9% em 2020, segundo o BC. É importante ressaltar que as metas impostas são de 4,25% e 4,0%, respectivamente. Há uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Já no que diz respeito ao câmbio e juros constantes, a perspectiva é de inflação de 3,6% em 2019 e de 3,7% no ano que vem.
Ata do Copom
O Banco Central ressaltou que de acordo com a ata do Copom, a inflação atinge um nível de ociosidade que pode continuar a prejudicar o desenvolvimento da economia. E de que atual cenário é considerado abaixo da estimativa, gerando uma frustração em relação às reformas do governo. Com isso, pode haver uma elevação no andamento da inflação.
O texto do relatório ainda diz:
“O Comitê avalia que o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco (das reformas) é preponderante”.
Sobre a alíquota de juros, o colegiado do Copom não mexeu no índice. Portanto, ela permanece em 6,5% ao ano.
Fonte: Revista Exame
*Foto: Divulgação