Pesquisa aponta desigualdades entre famílias brasileiras

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Estudo identificou que menos de 3% das famílias brasileiras conseguem se apropriar de um quinto da própria renda

Divulgada no Rio de Janeiro no dia 4 de outubro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) traça o tamanho da desigualdade no país.

Apesar do valor do rendimento médio nacional ser de R$ 5.426, a classificação das famílias brasileiras por classes de rendimento indica que esta média não revela de fato seus extremos.

Desigualdade entre as famílias brasileiras

Segundo a POF, 23% das famílias brasileiras recebiam até R$ 1.908 (dois salários mínimos) e contribuíam somente com 5,5% do valor médio recebido no país, ou seja, do indicativo de R$ 5.426,70, R$ 297,18 apenas vinha deste grupo.

Já na outra extremidade estão os 2,7%, referentes às famílias que recebiam até R$ 23.850 (25 salários mínimos). Esta fatia contribuiu com R$ 1.080,26 para o valor médio de R$ 5.426,70. Portanto, esse demonstrativo revela que este grupo se apropria de quase 20% de todos os valores recebidos pelas famílias. Sobre isso, o gerente da POF, André Martins, afirmou à revista EXAME:

“Isso mostra como os extremos são desiguais na hora de colaborarem para rendimento médio mensal das famílias brasileiras”.

O gerente deseja que um dia esta desigualdade diminua cada vez mais e que o dinheiro não se concentre nas mãos de poucas pessoas apenas.

“Mas, por ora, a gente ainda tem uma pequena parcela da população que se apropria muito dos rendimentos totais gerados da população”.

Realidade da zona rural e zona urbana

Nas regiões urbanas do país, as famílias brasileiras possuem um valor de rendimento e de variação patrimonial que chegou a R$ 5.806,24. Um cenário um pouco diferente do encontrado nas pessoas que residem em zonas rurais, com R$ 3.050,59.

Este indicativo, segundo a pesquisa, revela que, em média, as famílias brasileiras que vivem no campo receberam o equivalente a 52,3% dos valores embolsados pelas famílias que moram em grandes cidades.

Além disso, tais rendimentos também variam conforme as regiões do território nacional, o que indica uma elevada desigualdade regional.

Classes de rendimento

Pesquisa de Orçamentos Familiares também revelou que há uma diferença em relação à origem dos valores recebidos, que depende da classe de rendimento.

Com isso, as famílias brasileiras que recebiam até dois salários mínimos: 41% vinham do rendimento de trabalho; 28,8%, das transferências; 0,3%, dos aluguéis; 0,6%, de outras fontes de rendas; 28,2%, não monetário e 1,1% dizia respeito à variação patrimonial.

Já na outra extremidade, em relação às famílias que ganhavam mais de 25 salários mínimos: 60% eram originários do rendimento de trabalho; 12,8% das transferências; 3,7% dos aluguéis; 0,2% de outras rendas; 7,9%, não monetário e 15,3% se referia à variação patrimonial.

Fonte: revista EXAME

*Foto: Divulgação

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