Nova gestão do BNDES prioriza a venda das ações da JBS

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Banco detém, atualmente, 21% dos papéis da empresa de alimentos

Como parte das primeiras avaliações do novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, está a venda de ações da JBS. O banco estatal possui 21% dos ativos da fabricante de alimentos dos irmãos Joesley e Wesley Batista. O percentual equivale a R$ 12 bilhões.

De acordo com apuração realizada pela revista EXAME, a negociação das ações cumpriria dois objetivos. O primeiro seria em relação à aceleração do projeto de desinvestimentos da instituição financeira. Com isso, seria possível devolver dinheiro aos cofres do governo. Pois, a demora em restituir R$ 100 bilhões ao governo foi uma das causas para o afastamento do então presidente, Joaquim Levy, anunciada em 16 de junho. Neste mesmo mês, foi divulgado que Levy só havia devolvido em torno de R$ 30 bilhões. Ele foi indicado ao cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Missão de Montezano

Montezano tem a incumbência de negociar a venda de participações do banco estatal em companhias. O intuito é de terminar o braço investimentos, o BNDESPar. As próximas medidas a serem tomadas pelo atual presidente gira em torno da Copel, Petrobras e Vale.

Por trás da venda dos ativos da JBS também está a intenção de quebrar este tipo de prática, que fazia parte dos governos anteriores.

A empresa JBS é vista pelo governo como aliada do Partido dos Trabalhadores (PT). Pois, ao que tudo tem indicado nos últimos tempos, é que fabricante de alimentos ampliou seus negócios fora do país por meio de recursos públicos. Dinheiro este que foi obtido durante os governos de Lula e Dilma.

Denúncia

De acordo com denúncia do MPF do Distrito Federal, o BNDES teria emprestado à companhia dos irmãos Batista além do que deveria. A JBS está sendo cobrada por um total de R$ 5,5 bilhões pela Procuradoria. O montante diz respeito a danos gerados aos cofres públicos.

Com sua ascensão na Bolsa no ano passado, registrando alta de 80% em seus ativos, faz com que o BNDES utilize este fator como argumento priorizar a vendas dos papéis que possui junto a JBS. No entanto, a gripe suína na China acabou impulsionando o valor da carne em todo mundo e não foi diferente para a empresa dos irmãos Batista.

Compra da concorrente Bertin

Contudo, o banco estatal tem mais um motivo para se preocupar: a compra da concorrente Bertin, ocorrida em 2009. Tem vindo a público que o valor de contrato difere do valor anunciado na época. Ou seja, que o BNDES se beneficiou com esta negociação. O preço de compra revelado recentemente foi de R$ 8,5 bilhões, contra R$ 12 bilhões divulgados pelo banco na época.

No dia 15 de maio, em depoimento à CPI do BNDES, o ex-sócio dos irmãos Batista, Mario Celso Lopes afirmou que houve de uma “supervalorização para atender interesses internos”.

Com esta revelação, o governo acredita que o valor de mercado da JBS possa cair.

*Foto: Divulgação

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