Governo mexicano cumpre agenda imigratória dos EUA e se torna aliado inesperado do presidente republicano
Cidade do México – Ao contrário das promessas do atual governo, sob o comando do presidente Andrés Manuel López Obrador, autoridades mexicanas estão agindo de acordo com a agenda de imigração norte-americana.
A implementação da operação abrange grandes trechos da fronteira entre México e os EUA.
Ao atuar dessa forma, Obrador acaba diminuindo a força do juramento que fez ao seu povo de defender os migrantes e apoiá-los por uma melhor qualidade de vida.
Além disso, as autoridades têm dificultado a passagem para que grupos de migrantes que estão em cidades fronteiriças não consigam atravessar as pontes internacionais em busca de asilo no país vizinho.
O bloqueio aumenta ainda mais quando eles interceptam menores desacompanhados antes de cruzarem a fronteira na intenção de limitar o número de pessoas que consegue chegar à terra do tio San.
Diferente de décadas atrás, o atual governo mexicano está rompendo com a tradicional prática de asilo em outro país e ainda concedeu à administração de Trump que mais de 100 homens, mulheres e crianças fossem para Tijuana e aguardassem lá o veredito sobre seus pedidos de asilo nos EUA.
Porém, funcionários do governo de Andrés ressaltam que tal decisão de facilitar para o país vizinho é uma forma de estratégia na intenção de não provocar a ira de Donald Trump.
Obrador ressalta que mesmo assim não acredita que fará o presidente norte-americano mudar de ideia e desistir da construção de um muro definitivo.
Porém, prefere agir assim para também não anular outros acordos comerciais bastante complexos que inclui o compartilhamento de informações sobre segurança na fronteira e até questões ligadas ao terrorismo.
Antes de assumir a presidência, López sempre ficou marcado como um homem que defende os pobres.
Por isso, é importante para ele que os mexicanos entendam que seus planos são uma grande transformação para o país assim como seus antecessores trataram essas mesmas questões no passado.
Andrés abriu mão dos próprios privilégios ao viajar na classe econômica e cortar altos salários de funcionários do governo. Além disso, reduziu consideravelmente o número de migrantes centro-americanos que o México deporta de sua jurisdição.
De acordo com ONGs de defesa dos direitos humanos, ao Andrés permitir que pessoas que pediram asilo nos EUA permaneçam aguardando a decisão do lado mexicano, ele contribuí para a crescente dificuldade do acesso à assistência jurídica apoio familiar em solo americano.
Sobre este depoimento dos direitos humanos, o governo mexicano disse que a exigência de aguardar o veredito do asilo no próprio país lhes foi imposta pelos Estados Unidos e que eles concordaram com ela por razões humanitárias.
Ao não se contradizer sobre o presidente Trump para a mídia em geral, Obrador ganha espaço político e ainda conserva um bom índice de aprovação de sua gestão.
*Foto: Divulgação