Inflação perto de 10% em 2021, afirma Ipea

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Inflação perto de 10% aparece diante da forte pressão de preços no Brasil e no mundo

Nesta quarta-feira (24), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou novas projeções e elevou a inflação no Brasil neste ano e em 2022. O motivo é a forte pressão de preços no Brasil e no mundo. Sendo assim, a estimativa já se aproxima dos 10%.

Inflação perto de 10%

A inflação perto de 10% é uma realidade e prova disso é que o instituto deve encerrar 2021 com alta acumulada de 9,8%, ante taxa de 8,3% prevista em setembro. O resultado fica bem acima do teto da meta oficial para este ano, que é de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Cenário em 2022

Já para 2022, o cenário se apresenta com alta nos preços, subindo a 4,9%, de 4,1 antes. Ou seja, fora do centro da meta, que neste caso é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto.

Nota do Ipea

Em nota, o Ipea explicou:

“O recuo esperado da inflação em 2022 está balizado na estimativa de acomodação dos preços do petróleo, ainda que em patamar elevado, à baixa probabilidade de efeitos climáticos intensos e à projeção de um aumento de 7,8% da safra brasileira, que devem gerar uma pressão menor sobre combustíveis, energia elétrica e alimentos.”

Retomada econômica e Auxílio Brasil

Por outro lado, o Ipea destacou que mesmo com os efeitos positivos sobre a demanda doméstica da retomada mais forte do mercado de trabalho e da implementação do Auxílio Brasil, as variações dos preços e bens e serviços no próximo devem ser atenuadas pela sinalização de continuidade da trajetória de alta dos juros.

Posição do BC

Porém, o Banco Central, levado pelos indicadores de inflação bastante fortes, tem promovido um intenso ciclo de aperto monetário. Todavia, isso é visto como um empecilho ao crescimento da economia, pois os jutos mais altos tendem a esfriar os gastos.

Taxa Selic

Atualmente, a taxa Selic está em 7,75% ao ano. E a expectativa do mercado é que seja elevada a 9,25% na última reunião de política monetária do ano, em 7 e 8 de dezembro, segundo a pesquisa semanal Focus do BC.

Mas do lado de fora, o Ipea afirma que os riscos inflacionários continuam vinculados à chance de novas acelerações nos preços de commodities.

Porém, internamente pesa a percepção de alguma fragilidade fiscal. E ainda há a instabilidade política diante do processo eleitoral, “cujos efeitos podem desencadear um novo ciclo de desvalorização cambial”, completou o Ipea.

Carta do quarto trimestre

Em sua carta de conjuntura do quarto trimestre, o Ipea ressaltou que a inflação mais alta é um fenômeno global em meio a um cenário de pandemia. Mas destacou que questões domésticas como crise hídrica e aumento do custo de energia ajudam a elevar os preços no país.

Por fim, dados referentes a outubro revelaram recentemente que o IPCA disparou 10,67% no acumulado em 12 meses, taxa mais acentuada desde janeiro de 2016 (+10,71%).

*Foto: Unsplash

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