Em 30 anos, chuvas causam ainda mais transtornos em SP

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Nos últimos 30 anos, a cidade de São Paulo era marcada pelas constantes manchetes sobre enchentes, que se tornaram até comuns ao cotidiano dos paulistanos. De repente, eles tinham que conviver também com chuvas intensas e congestionamentos neste período do ano.

Prova disso é que no dia 16 de janeiro de 1991, entrou para a história, ao registrar um grande volume de chuvas na capital. No entanto, este recorde foi batido nesta última segunda-feira (10 de fevereiro de 2020), quando o índice chegou a 114 milímetros para um período de 24 horas.

Porém, diferente do ocorrido há 29 anos, os problemas se repetem numa dimensão maior ainda desta vez. Na segunda-feira, o número de mortos confirmados chegou a cinco.

Chuvas da década de 1990

No começo dos anos 1990, o morador paulistano já enfrentava alagamentos nas marginais Tietê e Pinheiros, em decorrência do transbordamento dos rios. Todavia, para os especialistas, o aumento da população, além de construção de mais prédios em terrenos antes desocupados, e a falta de um planejamento eficaz a longo prazo também corroboraram para a piora deste quadro.

A cidade de São Paulo, em 1991, contava com uma população de 9,6 milhões. Atualmente, residem aqui 12 milhões de pessoas. Fora isso, em torno de 30% dos edifícios existentes na metrópole foram erguidos justamente nas últimas três décadas. Conforme explica a Defesa Civil do Estado de São Paulo:

“Com a população menor, a quantidade de lixo descartada que entupia o sistema de drenagem e esgoto era bem menor. Com menos pessoas, a cidade tinha menos áreas de risco ocupadas.”

Urbanização

O volume mensal de chuvas, no entanto, não influenciou tanto no cotidiano da cidade. Porém, ao longo dos anos, ela sofreu alterações expressivas. Conforme afirma a Defesa Civil, mesmo que nos anos anteriores, em alguns casos, tenha havido um maior volume de chuva, a alta da mancha urbana atrapalha ainda mais na infiltração da água no solo e, consequentemente, em seu escoamento.

Para a diretora do Instituto Água e Saneamento, Marussia Whaterly:

“Outro diferencial agora é que uma área enorme da bacia do Pinheiros ficou alagada, o que não é normal, porque é uma das regiões com maior infraestrutura da cidade. Essa água deveria ter corrido com maior velocidade ao longo do rio e ido também para a (represa) Billings. Não era para transbordar do jeito que transbordou. São diferenças que precisam ser averiguadas.”

Balanço do dia 11 de fevereiro

Um dia depois das chuvas causarem grandes estragos em São Paulo e arredores, o governo do estado, prefeituras, Defesa Civil, Bombeiros e sindicatos patronais publicaram um balanço:

  • Foram registrados 160 pontos de alagamento em São Paulo durante as chuvas, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE).
  • Desses pontos de alagamento: 97 com vias intransitáveis e 63 com vias transitáveis.
  • O rodízio de veículos foi suspenso já na segunda-feira e permanece suspenso nesta terça-feira.
  • Na manhã desta terça-feira, 40 escolas em todo o estado permanecem sem aulas, segundo o Governo de São Paulo.
  • O Rio Pinheiros atingiu seu maior nível em 15 anos.
  • Durante todo o dia, o Corpo de Bombeiros atendeu 10.371 ligações, para 2.345 ocorrências. São elas: 1.043 de enchentes 163 desabamentos ou desmoronamentos, 170 quedas de árvores.
  • Foram suspensas 943 partidas do Terminal Rodoviário Tietê e 411 partidas do Terminal Rodoviário Barra Funda.

Fonte: O Globo

*Foto: Divulgação / Edilson Dantas / Agência O Globo

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