CoronaVac precisa de aval de órgãos reguladores de outros países

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Com o aval de órgãos reguladores de outros países, a vacina não precisa do aval da Anvisa, afirma o governador de São Paulo, João Doria

Nesta quinta-feira (26), durante entrevista ao portal Metrópoles, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que a vacina chinesa CoronaVac não necessita de aval da Anvisa. Isso porque ela depende mais da autorização de órgãos reguladores de outros países. Portanto, a vacina que é testada no Brasil pelo Instituto Butantan poderá ser aplicada no país, desde que aprovada nos outros países onde também está sendo testada.

Além disso, Doria disse também que a agência sanitária brasileira está sob suspeita de interferência política do Palácio do Planalto. Embora, a CoronaVac ainda não tenha apresentado os resultados preliminares de seu estudo clínico de Fase 3, ele afirma que não há outro caminho à agência. Ou seja, o de autorizar o registro para vacina contra a Covid-19, que até o momento não foi solicitado.

“Não há outro caminho que não liberar (a CoronaVac) dentro dos critérios que a Anvisa tem, que são os mesmos critérios de protocolos internacionais de outras agências de vigilância sanitária que também estão avaliando a vacina CoronaVac, nos Estados Unidos, na Europa, sobretudo na Ásia. Essas agências, se validarem a vacina, ela estará validade independentemente da própria Anvisa.”

Órgãos reguladores

Até agora, a CoronaVac não teve nenhum pedido de aprovação regulatória feito em qualquer país.

Em contrapartida, nesta semana foi anunciado que se chegou ao número mínimo de voluntários do estudo infectados pela Covid-19. Em outras palavras, será possível realizar a primeira leitura de eficácia do imunizante. Isso deve acontecer na primeira semana de dezembro, com a avaliação dos resultados por um comitê internacional independente.

Entretanto, Doria, disse que “certamente” a vacina chinesa apresentará uma eficácia entre 90% e 95%. Apesar desses dados ainda não estarem disponíveis.

Aplicação mesmo sem registro da Anvisa

Ao ser questionado se a CoronaVac poderá ser aplicada no Brasil sem o registro da Anvisa, ele disse que sim. Mas deixou claro que isso só será possível se os órgãos reguladores de outros países autorizarem:

“Pode (ser aplicada). Há um entendimento internacional e uma aceitação, aliás, chancelada pela Organização Mundial de Saúde de que neste caso, diante de uma pandemia, neste caso, sim.”

Interrupção dos testes

Além disso, Doria criticou a decisão da agência reguladora brasileira interromper brevemente os testes com a CoronaVac. Isso ocorreu após o relato de um evento adverso grave em um voluntário. Porém, veio a público que esta pessoa cometeu suicídio. Portanto, o episódio nada teve a ver com a vacina, afirmou à época o Instituto Butantan.

Suspeita

Todavia, hoje há outra suspeita sob a agência, revelou Doria ao portal de notícias:

“Hoje há uma suspeita de que a Anvisa pode sofrer ingerências políticas do Palácio do Planalto e não ser uma agência independente como deveria ser, como deve ser.”

A Anvisa ainda não se pronunciou sobre as declarações do governador de São Paulo.

*Foto: Divulgação

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