Jovem argentino comprou casa luxuosa com campo de futebol e quadra de tênis com o dinheiro que ganhou como hacker “do bem”
Santiago López tem 19 anos e mora em Buenos Aires.
Ele é considerado o primeiro “hacker ético” a atingir a marca de US$ 1 milhão (R$ 3,8 milhões), encontrando erros de informação espalhados pela internet.
Desde 2015, Santiago trabalha para a empresa HackerOne, que contrata hackers do ‘chapéu branco’, como também são conhecidos, de diversos países.
A companhia tem sede em San Francisco, nos Estados Unidos e chega a pagar entre US$ 50 (R$ 190) e US$ 500 mil (R$ 1,89 milhão) por poucas de trabalho.
HACKERS DO BEM
Diferente dos hackers ‘do mal’, que simplesmente querem causar uma pane na internet e espionar, além de roubar dados como senhas de banco e invadir contas bancárias; os especialistas do bem ajudam empresas a criarem sistemas de segurança cada vez mais poderosos.
Gigantes do mercado como Facebook, Google, Apple, Yahoo, Nintendo e General Motors, entre outros contratam esse tipo de hacker para melhorar sua segurança cibernética. Muitos deles não atingiram a maioridade.
Porém, o mercado costuma pagar e muito bem por estes serviços na tentativa de se tornarem cada vez mais seguras para seus consumidores.
DOS 1600 BUGS AO PRIMEIRO MILHÃO
O talento de Santiago para detectar falhas nos softwares de grandes corporações o ajudou a acumular uma fortuna em pouco tempo.
O jovem argentino descobriu os tais ‘bugs’ de companhias como o Twitter, a Verizon, e até para o governo dos EUA.
Em entrevista ao jornalista da BBC, Joe Tidy, López disse que se sente bem em saber que está melhorando o sistema de segurança na internet como um todo.
Segundo o hacker do bem, com cada bug que você detecta e já corrige, é mais um local seguro para o meio virtual.
Até o momento, ele já encontrou 1600 erros na internet, fazendo com que milhões de pessoas no mundo todos ficassem mais protegidas de futuros ataques cibernéticos.
Com o dinheiro que conquistou graças à suas aptidões, Santiago vive hoje em um condomínio particular com seu próprio sistema de segurança.
O jovem resolveu aliar duas coisas para chegar onde está agora: o gosto por hackear há anos e adorar ter dinheiro e poder gastá-lo no que quiser.
Chegou a admitir que no início pensou em usar seu dom para o mal, mas se convenceu de que esta atitude poderia leva-lo para a cadeia num instante.
EMPRESA HACKERONE
A empresa norte-americana que contratou López e tantos outros, fez parceria com centenas de corporações, conquistando uma grande fatia do mercado cibernético.
Atualmente, a HackerOne já ultrapassou o recorde de 100 mil vulnerabilidades encontradas. A quantia em recompensas pagas a hackers supera os US$ 45 milhões (R$ 170 milhões).
De acordo com Luke Tucker, diretor de conteúdo e comunidade da HackerOne, o pensamento em torno dos hackers está mudando.
Em vez de torná-lo seu inimigo na internet, hoje podemos chamá-lo para se juntar a uma equipe que visa a segurança de todos.
*Foto: Reprodução – Joe Tidy