Passaportes digitais das vacinas poderão gerar o movimento de retomada do turismo internacional
A questão dos passaportes ou certificados de vacinação têm dividido opiniões na União Europeia (EU). Isso porque alguns fatores podem ou não gerar tais documentos digitais.
De acordo com as fontes contatadas pelo Jornal Económico (JE), em seu formato mais simples, a aplicação precisará conter apenas dados do estado de vacinação e fotografia.
Passaportes digitais das vacinas
João Mota, responsável pela empresa que desenvolve o software VOID, explica ao JE acerca da verificação de que realmente a pessoa foi vacinada:
“À partida temos de ter uma duas coisas: fotografia que é o que acho que o caso do Reino Unido, o segundo é facto de autenticação.”
Ele ressalta que os passaportes digitais das vacinas poderão conter um código QR, um código de barras, “uma forma só de ter ali muita informação num formato pequeno”.
Outra posição
Em contrapartida, Francisco Coutinho, criador da aplicação Wikinight, apontou também ao JE, que “cada pessoa ficaria com um QR code, que depois seria lido por uma aplicação do Estado”.
Ele se refere ao exemplo da índia que já colocou em prática a certificação digital para retomar o turismo internacional.
Certificação de vacinação digital poderá ser diferente em alguns países
Sobre isso, João Mota pontua:
“O Reino Unido, principalmente depois de sair da União Europeia vai ter o seu próprio sistema.”
Isso porque os britânicos avaliam a adoção do sistema RGPD, que possibilita a coleta de alguns dados pessoais.
Para o responsável do software VOID, dentro da EU pode ocorrer vários cenários:
“ou cada um tem o seu certificado ou acordam em arranjar um protocolo comum.”
Porém, quanto ao sistema RGPD, ele garante que:
“A União Europeia terá muito a dizer porque entra aqui questões da privacidade.”
Coutinho concorda com o colega e destaca ainda:
“Vão-se sempre colocar questões do RGPD, principalmente na União Europeia que é o sitio onde há mais restrições a níveis de dados.”
Site da União Europeia
Segundo conta no site da União Europeia, “a Carta dos Direitos Fundamentais da UE [criada em 2000] estabelece que todos os cidadãos da UE têm direito à proteção dos seus dados pessoais”.
Estimular a vacinação a partir dos passaportes digitais das vacinas
Para João Mota:
“O formato digital faz sentido para agilizar o processo” e poderá ser uma forma de criar “sistemas das várias soberanias.”
Todavia, ele ressaltou que os certificados de vacinas não é uma novidade, já que era solicitado na escola, por exemplo.
“Sempre que os alunos se matriculavam era exigido o boletim de vacinas, tinha de estar em dia, fazia parte do sistema, mas isso sempre existiu em papel.”
Tanto Mota, como Coutinho, acreditam que os passaportes digitais das vacinas terão de gerar uma informação sistematizada de modo mais prático.
Francisco Coutinho defende que esta é “uma forma de fazer as pessoas quererem ir vacinar, para poderem ir a um evento, para poderem viajar, é bom por esse lado”.
*Foto: Divulgação