Eletrobras pós-pandemia: venda deve ficar mais atrativa

| |

Eletrobras pós-pandemia significa que negociação pode chamar mais atenção com juros mais baixo, afirma CEO, além dos planos do governo para sua desestatização com oferta de ações que diluiria a fatia governamental

Wilson Ferreira Jr., presidente da Eletrobras, está mais confiante com a probabilidade do processo de privatização da empresa ser retomado pelo governo pós-pandemia do novo coronavírus. Ele avalia que o negócio poderá chamar a atenção de investidores mesmo em meio a um cenário após o término da pandemia.

Em uma teleconferência com investidores ocorrida nesta sexta-feira (29), ele afirmou:

“Nós temos hoje no mundo uma posição, seguida por todos países do mundo, e no nosso não foi diferente, de redução da taxa de retorno dos títulos públicos.”

No Brasil, a taxa básica de juros da economia está em 3%, uma mínima recorde. Nos Estados Unidos, ela está entre 0% e 0,25%.

De acordo com o executivo, é este cenário que deverá gerar uma intensa procura por aplicações com retornos maiores, como investimentos produtivos e em ações.

Desestatização da companhia

As polêmicas em torno da desestatização da Eletrobras começaram ano passado e fechou 2019, com 1.300 empregados aderindo ao plano de demissão voluntária.

Já os planos do governo para esta desestatização preveem uma oferta de ações da empresa que diluiria a fatia do governo para uma posição minoritária, revela Ferreira:

“(A Eletrobras) trata-se de um ativo para atrair investidores do mundo inteiro.”

E complementou:

“Antes da crise já tínhamos uma grande quantidade de dinheiro à procura de projetos ou aplicações com retorno positivo, em alguns países você já tinha taxas de juros negativas ou zero. E essa posição do ponto de vista do rentista ela se agravou.”

O executivo também projetou que o governo deve retomar as discussões com o Congresso sobre a desestatização no segundo semestre, o que tornaria viável a efetivação da operação em 2021.

Ele ainda destacou que a venda do controle da Eletrobras deve ser uma das poucas alternativas do governo do presidente Jair Bolsonaro para reforçar as contas públicas depois das despesas e a perda de arrecadação de relacionados à pandemia.

“Nós vamos precisar. O único ativo que o governo tem para amenizar rapidamente o aumento da dívida é exatamente a privatização.”

Por fim, Ferreira afirmou que acredita que já existe uma recuperação inicial em bolsas na Ásia, Europa e Estados Unidos, visto que os mercados financeiros antecipam as expectativas de retomada das atividades depois de ter passado o pico da pandemia nestas regiões.

Fonte: Revista EXAME e agência Reuters

*Foto: Divulgação

Anterior

Destinos turísticos brasileiros tentam retomar suas atividades

XP adquire controle de hospital de olhos CBV

Próxima