Ao lançar bonecas nestes moldes, Mattel pega carona na onda da diversidade
Uma boneca careca e outra de cabelos encaracolados que estão afastados de seu rosto, com o intuito de aparecer que ela tem vitiligo, doença que provoca perda gradual de pigmentação, ocasionando manchas pelo corpo. Estes são os dois novos modelos de bonecas Barbie, lançados nesta semana pela fabricante Mattel, e que também fazem parte da coleção “Fashionistas”, com o objetivo de promover a diversidade.
Mattel e o compromisso com a diversidade
A Mattel anunciou ainda que vai lançar dois modelos do boneco Ken, o namorado da Barbie, sendo um ruivo e outro de cabelos compridos. Hoje, a coleção soma 176 bonecos de 35 tons de pele diferentes, e 94 estilos de cabelo.
A iniciativa de agora é mais recente tentativa da fabricante de deixar para trás a imagem da Barbie como símbolo da mulher loira, magra e alta. Não é de hoje que a Mattel é alvo de frequentes críticas e reclamações por distorcer a ideia de beleza e promovê-la entre as crianças.
De acordo com a presidente e diretora executiva da Fundação Americana para Pesquisa sobre Vitiligo, em Clearwater, na Flórida, Stella Pavlides:
“É a melhor coisa que pode acontecer para as crianças.”
A fundação exibe histórias de crianças e jovens, homens e mulheres com vitiligo. Para as crianças que possuem esta condição, uma boneca com o rosto parecido ao delas pode ajudá-las a superar este estigma, imposto pela sociedade, analisa Stella.
Barbie nos anos 2000
A Barbie é uma das bonecas mais vendidas no mundo há décadas, que lutou para se manter relevante no começo dos anos 2000, época em que outras fabricantes começaram a comercializar bonecas que apresentavam em seus traços cada vez mais diversidade. Com isso, os pais tentaram afastar seus filhos do brinquedo que tinha se transformado em um ícone de beleza inalcançável para o padrão da maioria das crianças.
Em 2016, a empresa Mattel lançou a linha Barbie “Fashionista”, que introduzia corpos com mais curvas e diferentes tons de ele, traços faciais e texturas de cabelo.
Em 2019, chegaram às lojas a Barbie cadeirante ou ainda com prótese de perna, na intenção de difundir a inclusão social de pessoas com deficiência física.
Estratégia que deu certo
De acordo com a Mattel, os números revelam que a estratégia de marketing está dando certo. No ano passado, a fabricante anunciou que as vendas da famosa boneca atingiram a maior alta em cinco anos. Um dos carros-chefes da coleção foi uma Barbie negra, de corpo curvilíneo e com cabelo afro.
Segundo afirma a professora de mídia e comunicação da Universidade Estadual de Salem, em Massachusetts, Rebecca Hains:
“A Mattel está realmente se atualizando e percebendo que mais de 50% das crianças são de origem diferente de famílias brancas.”
Fonte: O Globo
*Foto: Divulgação